quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

20ª pena caída

" Eternize-se comigo", essas palavras ficaram na minha cabeça por longas horas. Depois de ficar pertinho de Yan e dele ter me dito isso, me sentia como que mil facas dentro em mim. Algo estava errado, eu presentia isso. Nao consegui fechar os olhos, pois minha cabeça ardia, estava lotada de pensamentos confusos. O que ele quis dizer com eternizar? Havia algo que eu nao sabia? Lembrei de Lisbela e de como ela havia falado comigo em sonho.... entao me deu uma idéia. - Lisbela, voce me ocultou algo que talvez achasse que Yan me contaria, por amor a mim. Essa noite, eu quero saber de tudo. Nao me esconda nada. - disse em um tom de voz quase sussurrado, nao queria que Yan ouvisse isso. A madrugada veio silenciosa, de repente um sono imenso me invadiu e eu fechei os olhos e me deixei levar pela imagem de Lisbela me esperando, com seus lindos olhos e seu jeitinho impaciente, sorri. Ela veio em minha direção e levou-nos para um lugar muito familiar, era onde estavamos da outra vez e eu pude ver o meu amado, Yan, sentado na fonte novamente e eu de longe o observando. De repente, tudo escureceu, nuvens sobrevieram sobre aquele lugar e eu imaginei: - Vai chover. Mas nao era nada disso, aquele tempo fechado havia sido provocado por ele, o meu amado, o meu caos, o meu suspiro... Ele sentia raiva.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

19ª pena caída

Segurei firme o violão em minha perna, as lágrimas caiam sobre ele, Yan me olhou pela primeira vez em muito tempo, tirou o violão da minha perna e me beijou. Nao foi um beijo daquele que damos quando queremos muito ficar ou namorar alguem, foi um beijo para a vida toda, um beijo de eternidade, um beijo que tiraria ou daria vida a qualquer um.Seus labios roçaram contra o meu, senti a pressao deles quando encontraram a minha boca, nossos rostos virados encaixavam-se muito bem, os olhos fechados apenas deliravam-se com toda aquela cena, nao pensavamos em mais nada, nunca mais desgrudar. Aquilo nao era um beijo, era o inicio de um sentimento que eu nao sabia explicar. Segurei-me para nao mostrar que o queria mais do que tudo. - Eternize-se comigo - disse Yan. - Sempre - respondi-lhe. Mal sabia eu que aquele momento eu iria pagar com minha vida.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

continuação da 18ª pena caid

Ainda nao pronto para olhar em meus olhos e me direcionar uma palavra ... apenas levantou o violão e me passou o violão, queria que eu tocasse, senti vergonha na hora, mas era um pedido de quem eu mais amava , nao sabia recusar...apoie-o na minha perna, respirei fundo e como um som meloso e doce, cantei:
"E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois eu sei que você me sente de alguma maneira
Você é o mais perto do céu que eu vou chegar
E eu não quero ir para casa agora


E tudo que eu sinto é este momento
E tudo que eu respiro é a sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isso irá acabar
Eu só não quero sentir a sua falta essa noite


E eu não quero que o mundo me veja

Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou


E você não pode lutar contra as lágrimas que não estão vindo
Ou o momento da verdade em suas mentiras
Quando tudo parece como nos filmes
É, você sangra só para saber que está vivo

E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou



E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou

E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou

Eu só quero que você saiba quem eu sou
Eu só quero que você saiba quem eu sou
Eu só quero que você saiba quem eu sou"

18ª pena caida

Quando acordei,mudei meu quarto de lugar e coloquei minha cama de frente com o espelho, queria que ele me visse e pudesse me absorver de alguma forma, estar tão calado me doia tanto, era hora de tomar uma atitude, ainda mais agora que eu sabia de toda a verdade. Sentei em frente ao espelho e esperei, como os minutos se arrastavam quando faziam questao de me machucar ... uns minutos já pareciam seculos e eu ainda intacta e estável com relaçao a ele, esperançosa e determinada, eu nao arredaria dali enquanto ele nao saisse, e aquilo era uma promessa que eu havia me feito, feito em nome daquilo que eu acreditava e queria ... ELE. Passei o dia todo sentada com lágrimas nos olhos e não obtive sucesso algum, mas no fim do dia,já nas minhas ultimas forças ... eis que quando me dou conta, ele já estava ao meu lado, com o violão em mãos, parecia um sonho, mas eu tinha certeza que nao era, a melodia parecia conhecida,então seus lábios cantaram para mim num tom suave e traidor:
" What if I wanted to break
Laugh it all off in your face
What would you do?

E se eu desmoronar?
Se não pudesse mais agüentar
O que você faria?

Come break me down!
Bury me, bury me!
I am finished with you!

E se eu quisesse lutar?
Pelo resto da vida implorar
O que você faria?

You say, you wanted more
What are you waiting for
I'm not running from you
Come break me down!
Bury me, bury me!

I am finished with you!
Look in my eyes!
You're killing me, killing me!
All I wanted was you!
I tried to be someone else (someone else)

But nothing seemed to change
I know now, this is who
I really am inside!Finally found myself!
Fighting for a chance I know now,THIS IS WHO I REALLY AM! "
Eu e o violão podiamos sentir ele se libertar, seu rosto já quase tão humano nao deixava de ser tão anjo tambem, a música nao fora escrita por ele, mas expressava muito bem tudo o que ele queria dizer.Chorei mais uma vez, só que desta vez já era uma reconciliação, nao era mais de dor. Sua última batida soou como um acorde meloso de recomeço, não sabia bem se era isso mesmo, mas era isso que eu ansiava.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

17ª pena caida

Gritei, chamei, apelei, chorei... essa tal de Lisbela nao vinha e nem aparecia, já nao durmia, já nao fazia mais nada, todos em casa me olhavam com um olhar de confusos e até de pena, meus olhos estavam inchados, mas nao me importava, ninguem havia me amado daquela forma e nem eu amava alguem a tal ponto. Uma semana depois disso, ja estavamos entrando no mês de junho e eu me lembrava que se eu estivesse na faculdade, ja estaria entrando de ferias e talvez os meus amigos lá me fizessem distrair disso tudo, senti saudade... as meninas sempre me ligavam mas, eu procurava nao sair muito para nao deixar minha mãe se sentindo sozinha, até porque so havia eu de menina em casa. O Yan era o unico que agora me motivava, e simplesmente me ignorava tambem. - Yan, me ajuda a achá-la... por favor - falei sentada no canto do quarto - Me ajuda... - e chorei. Ele nada respondeu, continuou calado e como seu silencio me doia, preferiria que ele gritasse e me xingasse do que permanecesse calado, é pessimo, dilacerava meu peito mais e mais. - FALE!! - gritei - ANJO IDIOTA, ODEIO VOCE YAN, EU TE ODEIO... VOCE SO ME CAUSA DOR, ME CAUSA MAGOA... QUE RAIVA!!! - ja nao podia me controlar, a raiva era grande, nao sabia mais o que fazer,pensei que agindo assim ele falaria algo, mas não ocorreu. Cansei e resolvi que naquela noite eu iria dormir, estava cansada, já haviam dias que eu nao dormia. Quando comecei a pegar no sono, Lisbela aparece em meu sonho conversando com Yan, estava claro que aquilo ja havia acontecido, e agora era apenas um Replay para que eu pudesse ver como tudo ocorreu. - Yan perderá todas as penas, e o fim chegará. Nao mais havera lembrança da existencia dele, tudo ira ter acabado, essa é a penitencia dele. Amar um humano tem seu preço, se ele quis pagar, tem que aguentar. Abrir mão de viver eternamente para sentir dor, morrer um dia, estar vuneravel a doenças, sofrer, sentir fome ou sede, machucar... ele tem muita coragem, devo dizer, muito amor.Quando Laura se afastar dele, suas penas cairão com mais lentidão, pois assim ele nao terá contato humano, quando ela estiver próxima, suas penas cairão mais rapidamente, chegando assim o seu fim de forma mais rápida e devo acrescentar, mais dolorosa. Condenado ele está ao espelho, pois quero que ele olhe para fora e veja ela, e sinta que é por causa dela que ele irá pagar isso tudo, por este amor que ele diz ter. Um anjo nao pode se apaixonar pela pessoa que ele acompanha, Yan é um tolo. Esta condenado tambem a existir apenas se estiver com ela, pois se é por ela isso tudo, so tera sentido se ela estiver com ele. Assim seja - terminou Lisbela em um tom que só me lembrava as conversas sérias de meu pai comigo. A cena congelou, Yan estava de cabeça baixa, os olhos cerrados, a face pertubada, lágrimas caiam... e em sua mão, uma foto minha ... agarrei seu rosto e beijei-o, lágrimas cairam dos meus olhos. - Nunca vi amor igual ao teu; - sussurrei só para ele, mas sabia que não escutava. - Obrigado Lisbela - sussurrei para ela mesmo sem ela tambem escutar, abracei-a. Antes de sair da cena, Lisbela me deu um ultimo presente. Eu estava num lugar bonito e calmo, onde tudo reluzia e o sol tocava tudo com uma suavidade que resplandecia meu rosto... eu vestia um vestido azul e meus pés descalços sentiam a grama molhada me dando um frescor inigualável, de longe avistei Yan, ele estava sentado a uma fonte, com seus dedos a molhar na água, seu reflexo meio embaçado não deixava de refletir seu sorriso de alegria ... me aproximei e ele não me viu, continuava entrertido, sentei e fiquei olhando ele, estava tão bem, minha felicidade só foi possivel por causa da dele naquele momento... - Te amo Yan.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

16ª pena caída

- Laura, o que houve? Voce parece nem estar aqui... se divirta amiga! Mas eu realmente nao estava ali, mas sim num ambiente cheio de pessoasao qual em nenhuma delas encontrava o que eu precisava, nao encontrava descanso, paz, conforto... encontrava apenas coisas fúteis de que conversar, sinto nojo. Me sentia só, mesmo estando rodeada.Voltei para casa, queria ficar com meu anjo... só eu e ele, até porque já era tarde da noite. Quando voltei para casa, todos foram contra, me queriam ali naquele lugar sujo por jovens corrompidos e um pouco de drogas no ar, ao qual mesmo sem eu usar alguns do grupo nao se intimidavam em dar um "tapinha"; mesmo assim fiz com que me levassem de volta para casa. - Yan? - sussurrei, mas na minha voz tambem havia desespero - Fale comigo! Por favor, Perdoa-me! - chorei muito, tive raiva de mim por ser uma fraca e nao conseguir amar quem mais me fazia sentir completa. O Yan nao apareceu, aquela noite foi uma das piores, o desejei mas ele não saiu... gritei até com toda força que eu tinha... já nao importava mais nada, que acordasse o mundo inteiro, se pelo menos uma pessoa pudesse me ajudar ... ja valeria a pena ser dita como louca. E eis que me lembrei de um nome, Lisbela. Quem era ela? Ele a havia citado uma vez... quem seria? - Yan, das duas opçoes que te darei, vc escolhe uma : Primeiro, vai sair para conversar sobre como estamos sendo tolos? Segundo, quem é Lisbela? - perguntei me achando uma tola em frente ao espelho. Como se meus olhos estivessem embaçados e agora pudessem ver, eu enxergava Yan de costas para mim, enconstado em algo que me parecia ser um predio desmoronado, ele criava ambientes la dentro de acordo com seu sentimento, era tenebroso. - Primeiro, voce foi quem criou isto tudo, entao nao me venha com este papo que "Estamos sendo tolos" , voce Laura foi quem fez isso, nao me culpe. Segundo, ela é um anjo, que vem sempre me avisar de como esta minha situação, nao posso te contar sobre isso, se quer mesmo saber o que esta ocorrendo, vc tem que arrumar um jeito e conversar com ela ... nao vou mais ajudar, nao tenho forças nem mais para mim, quanto mais para satisfazer aos caprichos de uma menina mimada - seu tom era sarcastico, com uma mistura de desgosto, dor e raiva. Tudo escureceu e ele desapareceu. Lisbela era minnha esperança. Mas agora tudo era só dor.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

15ª pena caida

Percebi que com o pano lá em cima, ele havia percebido que eu estava criando uma muralha entre eu e ele, o bom foi que ele nao fez objeçoes. No início doeu, mas agora já nao dói tanto... ocupei minha mente, mãe ja voltou e sempre me cobra com obrigaçoes da casa. Ganhei uns 6 livros e o tempo livre procuro ler e descansar a mente... apenas nos meus sonhos tem sido meio impossivel mante-lo longe ... sempre o via com aqueles cabelos loiros soltos pela testa, seus olhos a me encarar como quem muito chateado comigo, no sonho ele vinha ao meu encontro, me dava um beijo longo e intenso e quando eu o olhava, ele não tinha mais penas ... eramos apenas dois humanos a se beijarem. Sonho. O mês passou rápido, mas meus sentimentos permaneceram intactos, sentia que sempre estava esquecendo algo quando saia de casa. Já estavamos no meio do mes de maio e eu havia trancado o período na faculdade para poder fazer mais companhia á minha mãe, que ultimamente estava tão calada e com os pensamentos soltos, chorando pelos cantos e sem perceber o mundo ao seu redor ... abri mão de algo para poder ajudar quem eu amava. Assim como eu fizera com Yan. No dia 17 de maio, nunca vou me esquecer, entrei no quarto e me vesti para poder sair com uma amiga que ha muito nao via, quando terminei de me trocar ela entrou. -Por que seu espelho esta coberto? - perguntou franzindo a sombrancelha e já tirando o pano de cima. - Ah...- nao sabia o que responder, apenas arregalei os olhos e fiz silencio para ver o que ia acontecer. - Pronto, assim ta bem melhor. Nao precisa ir no banheiro se maquiar. - É. Peguei meu estojo de maquiagem, fui para frente do espelho, coloquei a mao nele e fiquei absorvida em meus pensamentos, suei. - Clara, acho que vou trocar de roupa, nao me sinto bem com essa... poderia me esperar lá fora? - Posso sim, mas vê se nao demora, os meninos já devem estar nos esperando. Quando ela saiu, eu fechei a porta e chorei muito, peguei o pano para colocar de volta, mas quando eu já estava o colocando várias penas caíram ... neste um mês que passei longe de Yan, ele não esperou que as penas caíssem, ele foi arrancando umas 3 por dia. - Se é para viver sem você, pois que eu nao viva - ele suspirou.

continuaçao da 14ª pena caída

- Ta tão alegre assim porque sua mae vai voltar? Ou tem algo a mais? - perguntou-me com um olhar de desconfiança que ate me fez corar. - Claro!Quero dizer nao, nao... é claro que é por causa dela, só isso - eu estava alegre por tudo, mas o outro motivo nao se podia falar,nunca. - Ok entao. Beijei ele no rosto e voltei para o quarto. Yan estava lá do mesmo jeitinho, mas com uma cara de assustado... quando cheguei mais perto dele, vi que havia duas penas caídas, ao invés de so uma. Meu coração palpitou mais forte, minha respiração falhou, fiquei confusa ... a cara dele entregava tudo, minha aproximação dele só fazia com que as penas caíssem mais rápido. Por isso ele foi condenado a ficar aqui, pela sua vontade de ser humano, entao ele foi perdendo as penas, e agora com seu contato direto comigo, ele perdeu não mais uma, mas sim duas. Acabou.Nao iria mais me aproximar, melhor ter ele vivo, do que ficar sem ele e aproximar este dia. Ele percebeu minha cara, estendeu a mão ao meu encontro. -Laura, eu sei o que deves estar pensando, mas nao faça isso. - Melhor do que te ver indo embora aos poucos ... será assim,Yan - fechei os olhos e sai do quarto. A pessoa que atordoava meus pensamentos, me deixava sem jeito, me pertubava, mexia com minhas emoçoes, me provocava, me inspirava, essa mesma pessoa simplismente se acabava quando nossos lábios se encostavam, quando nossas almas se deleitavam sobre o mel em seu sabor, quando nossas vontades se tornavam uma só. Tinha que me afastar dele,agora era definitivo... preferiria eu o ver acabar aos poucos do que adiantar isso e o ver indo embora por minhas atitudes.Coloquei uma coberta por cima do espelho. Todo mundo da casa estranhou por um tempo, mas naquela semana eu teria que suportar, até me acostumar. Se eu ja me acostumei a ver os noticiarios da tv avisando de mortes e coisas piores, porque nao me acostumaria com isso? Acostumei com os homens serem tao desligados e muitas das vezes mesquinhos, ja me acostumei com a falsa motivação deles com relação a um corte novo ou uma roupa nova ...mas se motivam tão fácil ao ver homens correndo atrás de uma bola para invadir o campo do outro e assim marcar pontos,mostrando sempre a rivalidade de um time contra o outro. Tolos. Enquanto nós mulhere, preocupamos em nos arrumar para eles e para compertirmos umas com as outras... e quando nao era isso procuravamos direitos iguais, deixando de lado tanta vaidade e nos portando um pouco até masculinizadas, mostrando que por um bom lado nao precisavamos deles. Mesmo tendo todo este conceito, eu sabia que Yan era diferente, nao por ele ser um anjo-humano, mas por ele ser firme com seus pensamentos com relaçao ao mundo,ele nunca se deixava abalar por minhas opnioes, nunca se mostrava muito irritado, nunca falava mal de ninguem, sempre via coisas positivas nas pessoas mesmo elas agindo de forma tao negativa, ele sempre via o lado bom de tudo ... e isso me irritava, ele se parecia tão perfeito. Seus olhos no clarão da noite surgiam como luz a me iluminar e me estremecer, queria-o mais que tudo. Mas teria que ser assim.