quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

14ª pena caida

Quando acordei havia uma pena em cima da cama, ele sangrava e se despedaçava a cada minuto que ficava comigo, já estava achando que isso teria alguma coisa haver comigo, mas me lembrei de quando eu não conhecia ele ainda e já havia penas, entao minha teoria nao tinha cabimento, ainda bem.Sentei na cama e fiquei olhando ao meu redor, lá fora a chuva caía, as nuvens escuras ocupavam a maior parte do céu, o silêncio lá fora era extenso, minha alma rompia em uma reflexão inimaginável.Aproximei o espelho da cama de novo, queria-o mais perto de mim. - Yan ... - suspirei quase inaudível. - Bom dia,Laura - assustou-me falando. - Bom dia. - Bons sonhos? - Sim e voce? - Nao durmo, passo o tempo a te observar, nao consigo durmir.Seu jeito me incomoda. - Desculpa, acho que falo de noite, mas nao é por querer. - Fala? Nunca ouvi. Voce incomoda por ser o que é,interessante, enigmática. - Entao me desvenda - as palavras sairam contra minha vontade, mas tudo nele me chamava, desde sua boca macia e vermelha, ate seu corpo vindo em minha direção... suas mãos brancas aproximaram-se de meu rosto, seus olhos foram se fechando e seus lábios encostando nos meus... senti o roçar deles nos meus que os chamavam... delirei ... suas mãos continuavam em meu rosto como quem protege alguem amado,nossos lábios se encaixaram como quem esperava por aquilo o tempo todo, meu coração acelerou e minha mente não pensava em mais nada, a nao ser nele.Sem deixar de beijar ele me levantei, uma de suas mãos me segurou na cintura contra seu peito e a outra continuou em meu rosto. - Laura!! - gritou da cozinha meu pai. Parei de o beijar, olhei em seus olhos tão perdidos e sem dizer nada, corri para ir de encontro a meu pai. - Sua mãe ligou, acho que depois de amanha ela ja vai pegar o avião para voltar. Meu rosto radiava, nao deu para disfarçar, as perguntas íam começar, eu odiava mentir, gelei.

A carta ( continuaçao da 13ª pena caida)

" Laura, muito me dói...somos duas estrelas ,duas faixas paralelas ,uma moeda ,e digo mais ,nao duas vidas ,mas uma so ,divididos por um mundo intrigante... ao qual mesmo querendo se unirem, não conseguem. Por que isso tudo? Por que toda essa confusão de sentimentos e este medo que nos assola? Será se você nao vê em meus olhos o tanto que guardo de mim para você...? Cada minuto que passa, cada dia que se acaba, eu me vejo mais ligado a ti, e tu está tao distante, tao ausente como quem foge, como quem nao quer isso tudo e eu me sinto mal por isso...me sinto culpado e cada vez mais minhas penas caem. Eu me decomponho em sua frente e você só assiste, será se tomar uma atitude seria tão ruim assim? Me salve, Laura. Viva comigo e me faça sentir vivo. Me faça ver propósito atras disso tudo. Renda-se. Yan" Quando terminei de ler chorei, então ele saiu do espelho,não poderia deixar de lhe dizer o quanto seus olhos eram lindos,o quanto eram instigantes e apaixonantes. Só entao entrando em contato direto com aqueles olhinhos pude sentir... E em um misto de alegria e surpresa,disse bem baixinho pra ele: - Cante para eu dormir,cante para eu dormir, estou cansada de acordar sozinha,cante para mim,cante para mim...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

13ª pena caida

A resposta para Gui, foi que eu iria pensar, mas eu nao gostava dele, e ter dito isso me deixou sem saber se de uma certa forma eu o estava iludindo mesmo. Pensei muito em Yan, neste anjo metido e destemidoq ue tanto me confrontava com suas idéias e maneira de pensar. Desejei-o, tão forte que tive medo. - Confio em você,Lisbella - Yan confundiu meu nome - Opa, desculpa, Laura. - Nao finja que fez isso sem querer ... quem é essa? - perguntei e virei o rosto, nao queria tranasparecer curiosidade extrema. - Por que a curiosidade? - a ironia reinava- Gui nao gostara de voce preocupada comigo. - Para com isso. Eu nao gosto dele voce sabe. - Entao porque teima em querer insinuar isso? - Voce nao entenderia. - Tenta me explicar,Laura, aí voce vera se realmente nao entenderia- seu rosto corou ao dizer isso. Havia mais penas no chão, ele se retirou e me deixou sozinha, mas nao antes de me entregar uma carta. " Laura, muito me dói...somos duas estrelas ,duas faixas paralelas ,uma moeda ,e digo mais ,nao duas vidas ,mas uma so ,divididos por um mundo intrigante... " Li numa rapidez, que tive que voltar para poder ter certeza que realmente era aquilo que eu realmete havia lido...Uma lágrima caiu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Continuação da 12ª pena caída

- O que estas pensando? - perguntou e brincou com os lábios - Algo sobre mim? - Nao... - menti, era mais dificil mentir, mas as vezes me poupava explicar tanto. - Que pena... achava que voce tambem pensava em... - Laura, visita! - interrompeu pai gritando bem na hora em que eu e Yan conversavamos. Corri e fui lá no portão ver quem havia chegado, quando vi levei um enorme susto. - O-o-oi Gui... - gaguejei e nao consegui disfraçar minha surpresa - Tudo bem? Entra. - Oi Laura, desculpa aparecer de repente, mas eu estava passando e aí pensei em ver como esta... desculpa se atrapalhei algo. - Nao, por favor, sente-se - menti, pois é claro que ele havia atrapalhado - Mas nao me diga que passou aqui so para olhar pra minha cara - sorri maliciosamente,pois queria ir direto ao ponto. - Vamos lanchar? - Puts, desiste pow, nao quero lanchar com tu nao...já vai ser o segundo nao que eu te dou, sera se tu nao consegue perceber que nao quero nada? Nao sou mais uma bonequinha que voce empilha em sua estante e promete um castelo. Me esquece e me deixa quieta. - pensei, apenas pensei. - Por que não? - respondi falsamente - vou trocar de roupa, entao iremos ta? - Te espero aqui entao - o sorriso dele parecia empolgado e realista, nunca o vi assim. - Se sente bem encantando as pessoas com esse teu jeitinho diferente de ser? - me surpreendeu Yan quando entrei no quarto. - Só vou lanchar, vê se nao fica com paranóia pro meu lado. - Vai lanchar, dar uma volta, ele vai vim com um papo estranho, falando em sentimentos, vai jogar um charme, dizendo que você é unica... - Esqueci que devo satisfação da minha vida para você! - E eu perguntei o que você vai fazer? Calminha Laura, eu tambem nao escolhi vim parar na sua vida. Coloquei uma calça escura bem colada em meu corpo detalhando minhas curvas, uma blusa vermelha sexy que me dava um ar provocante, uma sandália simples mas que suas pedrinhas prateadas davam um brilho a mais a tudo aquilo, soltei os cabelos e deixei que eles pegassem forma com o vento... passei um gloos nos lábios para realçá-los. Quando terminei de me arrumar no banheiro, fui no quarto só para que Yan me visse, mas sua expressão para mim foi de pura reprovação. Minha cabeça já estava tão quente que resolvi não pensar em mais nada e fui embora chateada com aquela nossa briguinha que me afetava tanto. O Gui me levou para lanchar, deu uma voltinha, começou com um papo de sentimentos, que eu era diferente, nunca havia sentido isso por alguem, que eu era única, que eu chamava muito a sua atenção e que queria ter algo sério comigo. Como Yan podia saber disso tudo? Nao importa, ele tinha razão. - Eu sei que ela é diferente,mas por que ela teima em ser igual ás outras? - Yan pensava sozinho no quarto - Queria que ela estivesse comigo nesta tarde, mais uma pena minha cai... Cade voce Laura?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fomos para casa em silêncio, suas palavras me fizeram ver que ele realmente tinha razão, mas o mundo em que vivo nao condiz com este pensamento dele. Uma parte das garotas de hoje são mesquinhas, ousadas, metidas, desvalorizadas e doentes, uma doença que se chama "Síndrome da Barbie". Mas eu sempre gostei mais da "Susy"...uma versão bem mais gordinha e bochechuda. 12ª PENA CAÍDA A forma como ele agia, tudo nele me irritava... mas no fundo eu sabia que era o que eu estava sentindo que me irritava tanto. Sempre evitei me apegar muito a alguem com medo de me magoar, e agora eu via que talvez a presença de Yan em minha vida, era para me ensinar a ter sentimentos outra vez, pois meu coração se tornara frio e inabalável, do tanto que eu ja sofrera. Depois de um tempo eu havia descoberto como chorar em silêncio e sofrer silenciosamente e isso me tornou mais forte nas minhas coisas, quase nada me abalava fortemente oara me fazer desabar, nos olhos dos outros, eu havia me tornado apenas mais humana... mas aos meus olhos eu apenas me tornara mais insensivel e por vezes me assemelhava a um vegetal, não toca, não sente, não vive, vegeta. Até os animais ditos como irracionais, sentiam mais dor e carinho do que eu, muitas das vezes eu fingia uma certa felicidade falsa, mas aquilo tudo já nao me comovia tanto. Viver já era tão monotomo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

11ª pena caida

Experimentei dar uma volta com Yan pela rua, dar uma volta e ver como seria aquilo tudo. De início ele ficou desconfiado comigo, mas logo topou, mas só quando colocamos o pé na rua foi que realmente eu entendi o porque da preocupação dele...o jeito quase perfeitinho dele chamava muita atenção e aquilo me irritou profundamente. Estávamos andando com um ar de " somos apenas amigos" e isso fez com que vários olhares se direcionacem para ele, desde olhar meigo até olhar vulgar. Minhas bochechas ficaram vermelhas e meu tom de voz tomou um grave de irritação. - Da próxima vez, vou ver se fico mais afastada, pelo menos assim não ofusca a luz do "anjinho"... devia ter uma nuvem para você vir voando, assim economizava olhares... AH!ME PERDOE!Esqueci que você não é mais um anjo e depende de mim agora... que peninha, acho que elas não querem sair contigo e me levar de brinde!! - disse isso tudo num tom bem sarcástico e fiquei com a cara mais enojada que pude. Olhei para ele de lado e ele apenas caminhava lentamente e como se nada estivesse acontecendo, por um minuto eu havia esquecido que tudo aquilo de uma certa forma era novo para ele. - Laura, quanto tempo! - falou Bárbara que agora vinha na nossa direção. - É, já faz um tempinho mesmo.... opa, deixa eu te apresentar um colega, Yan esta é Bárbara, Bárbara este é Yan - a educação da minha mãe me obrigava a apresentar. - Prazer Yan - ela insinuou-se, como sabia fazer bem isso, acho que o corpo invejável dela permitia. - Pois é,Bárbara, carne nova no pedaço, você pode não ser a primeira que ele vai agarrar, mas com certeza logo estará na lista das mais fáceis - pensei, e segurei para não mostrar que estava voando naquele momento da apresentação tão chata. Ela nem falava comigo direito e agora estava lá nos papos comigo, quero dizer, com Yan. - Prazer é meu, Bárbara - disse o "anjinho" que agora sussurrou tão baixo que ela teve que se apromixar dele para poder escutar., aproveitando assim a deixa para jogar seu charme. Senti raiva. - Laura, vou indo,mas marca para sairmos - disse-me como se fossemos grandes amigas e sempre saiamos. - Marcarei- respondi e soltei um sorrisinho ensaiado. - Isso inclui você Yan - falou e piscou o olho para ele. - Levarei, não se preocupe - menti, pois não ía marcar nada, e se fosse, ele não iria. Mal chegamos no centro e eu já queria voltar para casa. Todo lugar que íamos ele chamava a atenção, seu jeito diferente de ser prendia a atençao... - Tudo o que é normal,não me chama a atenção.Bárbara nao me chamou a atenção, apesar de ser bonita,sedutora e possuir um corpo escultural, dentro dela só há sentimento de luxúria e grandeza.Sua bulimia nunca a deixará ver como há pessoas que passam fome, sua bolsa cara nunca a fará ser humilde e seu jeito de ser nunca conquistará amigos de verdade.Por que me prenderia a atenção uma pessoa assim? - parecia saber o que eu pensava. - Tudo o que é normal,nao me chama a atenção - repetiu.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

- Yan, já me decidi... Não te abandonarei ... estou com você, não me decepcione! - sussurei e escrevi no espelho com um pincel que estava em minhas coisas, senti que de alguma forma seu olhar se lançava para mim. Após escrever, mais uma pena estava no chão...eu tinha que fazer alguma coisa para que ela parasse de cair, mas no momento só me restava assistir ele se decompor...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

10ª pena caida

- Alô? - atendi o celular. - Laura, sou eu amiga! - falou a voz do outro lado da linha. Minha amiga ha anos, como eu me sentia bem com ela, confiava minhas coisas, mas a distância muito nos separou fisicamente e algumas coisas já nao tinha mais tanta graça... - Oi Bianca!Tas bem? Que saudade! - To bem sim,linda.E voce? Saudade nada, nem me ligou mais.Só no acontecido com sua avó - sua voz parecia criar um clima de pena, me senti mal. - Bia, eu nao quero ser chata amiga, mas to fazendo o almoço e tu sabe como sou pessima cozinheira... - menti,pois apesar de estar realmente cozinhando, eu nao cozinhava tão mal - Eita amiga, desculpa, nao se preocupe, sei que sua mae nao esta. Te amo muito ta? Te cuida,depois me liga,beijao - disse-me, esperou eu dizer o mesmo e desligamos. Desde quando Bianca foi embora para morar com o pai em Portugal, senti que um pouco dela havia mudado e muitas das vezes sua voz transparecia coisas que não me faziam bem. Ela era minha melhor amiga, mas aos poucos também se tornava a pior. Não estava mais contando tudo que me acontecia e um pedaço de mim já se despedia dela aos poucos. Na cidade eu já havia arrumado novos amigos e ela ainda continuava a melhor amiga, mas já nao era a mesma coisa, tudo muda, e a nossa hora havia chegado. Depois que falei com ela e tive um replay de tudo que já haviamos passado e em tudo no que estavamos nos tornando, eu fui arrumar o quarto, mas quando entrei dei de cara com Yan ( como assim se definira). - Você pelo menos poderia avisar que está aqui! - emburrei. - Você já está acreditando em mim então? - seu rosto parecia triste, como quem passou horas chorando - Laura, o tempo que passo na terra faz com que minhas penas caem,cada dia que estou aqui é como se fosse capítulos de um livro que no final fazem parte de toda uma história... eu sou feito por minhas asas, tenho medo delas terminarem de cair, e minha historia acabar .Sinto medo, Laura, muito medo.Por favor, não me deixe... fica comigo,por favor... me sinto só.Apenas vivo quando estou com você... não me leve a mal, mas quando te vejo de olhos fechados a durmir, eu saio do espelho e sento no tapete do quarto e fico te desenhando no céu... você dorme com a janela um pouco aberta e dá para se ver lá fora, então fico te desenhando nas estrelas, compondo canções para cantar pra você e treinando para saber o que vou falar quando estiver frente a ti, pois até parece impossível nao gaguejar. Sou um anjo preso a uma humana que de uma forma ou de outra controla minha existênica, pois só existo quando estou contigo... e agora vejo que mesmo sem você, eu só viveria se um dia te encontrasse... não sei o que está acontecendo - denunciou. Aqueles olhos me penetraram o ventre e vieram me devorando tudo e como quem nao quer nada entrou em meu ser e me tomou por inteira, sua mão tocou meu rosto e eu senti que ele não me machucaria nem com palavras... senti ódio do jeito que ele falava comigo, senti raiva de estar me envolvendo naquilo tudo. Será se eu não poderia ser mais besta? Me apaixonar por um anjo era o caos que me faltava. Mas tudo nele me envolvia e me deixava fora de mim.Ele era o tipo de cara que eu odiava gostar, mas que mesmo sem querer, já estava gostando.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Continuação da 9ª pena caída

- Um dia antes da sua avó falecer, eu cheguei em seu quarto, aquela inquietação toda que voce sentiu, era eu. Creio que estou aqui para aprender algo com você e acho que há algo em mim que você terá que aprender. Permita-se... - sua voz soou suave em meus ouvidos...até por que as ultimas palavras foram sussurradas. Me sentia um pouco confusa, já era de madrugada mas aquela conversa me prendia. Ousei e pedi: - Seja lá onde você estiver, quero que vá embora no momento - disse-lhe. Pude ver uma lágrima em seu olho, mas ele não discutiu, virou as costas e saiu...em direçao ao espelho! Eu queria que aquilo tudo fosse uma grande mentira! E como se fosse uma porta, ele simplesmente sumiu, mas não antes que mais uma pena caísse. - Aquela pena - sussurei,pois lembrei da 1ª vez que vi uma pena no quarto, o tempo todo era ele. Tentei durmir,mas meus pensamentos vagavam longe...se eu estivesse louca uma parte de mim queria continuar louca, mas eu iria saber mais tarde toda a verdade. Quando acordei, troquei o espelho de lugar, coloquei o mais afastado o possivel.

sábado, 17 de janeiro de 2009

9ª pena caida

Aproximou-se mais de mim, tão perto que achei que ia suspirar a conversa, mas qando viu meus olhos assustados, logo recuou um pouco e se sentou bem de frente a mim. Ele parecia procurar as palavras certas, achei graça de seu jeito tímido de olhar para baixo e colocar a mão atras da nuca, como quem procura as palavras certas.Me fez rir, ele se acanhou mais, deu um risinho sem graça tambem e olhou de lado para mim...seus detalhes eram tão lindos, as curvas de seus cabelos, a cor de suas maçãs, me deixei levar admirando-o, até voltar a realidade com ele falando: - Meu nome é Yan , anjo eu era até invejar a vida dos humanos,então deixei de ser o que eu era, um anjo não pode ter tais sentimentos e se eu os tava tendo, então era porque parte de mim já estava se tornando humano.Antes ninguem me via, hoje só posso ser visto quando eu estiver com você, enquanto eu não estiver com você ficarei no seu espelho...pode parecer estranho, mas o que é estranho num mundo onde pai já mata filho?onde o amor se torna obsessivo e passa a ferir a pessoa que se dizia amar? mulher trai marido, filha mata pai, homem mata idoso por dinheiro, meros centavos valem a vida de alguem? O que é normal para vocês? Só o que é bom é anormal...isso eu já percebi, se alguém é muito bondoso já é visto com más olhos, se ajuda alguém ta querendo alguma coisa, se dá quer em troca, quando se preocupa é careta....!!!! Por que o que aconteceu comigo seria anormal?Por que será dificil acreditar no que digo? Fico no espelho, mas quantas pessoas tambem nao vivem num mundo onde so conseguem ver a si mesmas, o seu proprio reflexo?Quantas nao se escondem em algum lugar e pedem para sumir? Isso não se pode considerar um espelho? As pessoas so vão me ver quando eu estiver com você, pois nao sei porque eu vim parar no seu quarto...sendo assim,estou preso a você.Se tudo tem um propósito, nao seria diferente agora - confessou e abaixou a cabeça, me permitindo ver seus fios de ouro reluzindo na luz. Me sentia confusa, mas tudo o que ele disse de alguma forma fazia sentido para mim. - Laura,não me deixe só - pediu.

continuaçao da 8ª pena caida

Novamente meu ar faltou,odiava quando isso ocorria. - Quem é você?- gaguejei. - Fará alguma diferença? - Claro que fará...não sei quem você é...então não podias estar aqui tambem... - Você por acaso sabe quem você é?! - Sou Laura. - Eu nao perguntei seu nome, eu perguntei quem você é. - ... - Sei que é dificil,mas confia em mim.Se eu fosse perigoso você nao acha que eu teria te atacado da outra vez...ou até mesmo agora enquanto você estava de olhos fechados? - Como você entrou? - Pelo espelho. Agora sim eu vi que ele era um psicopata, então precisava urgentemente chamar a polícia. - Não sou um louco.Confia em mim, por favor Laura. Como eu poderia confiar nele?Eu nem sei de nada, me sinto confusa.Mas algo dentro de mim, me dizia que ele estava sendo sincero, que aquilo não era mentira...mas como?Nao pode ser, minha realidade nao permitia isso. OLhei bem em seus olhos, percebi desta vez que eles eram amendoados e possuiam pequenos traços ao redor de uma outra cor, eram olhos belíssimos. Acreditei nele e cessei minhas perguntas para que assim ele pudesse me explicar tudo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

8ª pena caída

O mês de abril começou e eu decidi voltar pro meu quarto, pois desde quando eu comentei com pai sobre um rapaz no meu quarto, ele preferiu me deixar durmindo no quarto dele, que era no fim do corredor, longe da entrada da porta. - Pai, ele entrou pela porta...devia ser amigo de Miguel - menti, pois no fundo eu sabia que não era, mas não queria que pai se preocupasse e ele se preocuparia mais se soubesse que ele ficou lá até sabe-lá-que-hora. - Não quero nem saber! Mesmo se fosse amigo dele, o que ele iria querer com você?- disse com um tom ciumento. Mas desta vez não havia para onde correr, eu iria voltar para meu quarto. De noite, no meu quarto, depois de ter tocado violão em frente de casa, entrei para tomar um banho e durmir. Após ter feito tudo, sentei no tapete para que eu pudesse pensar um pouco na vida enquanto escutava música, amo fazer isso, então deitei e deixei a janela aberta, liguei o abaju e fiquei lá deitada... pensei em mim, pensei na minha vida, na minha mãe ainda longe, no meu pai e suas lágrimas, no meu irmão e seu desempenho, pensei nos meus animais que já nem dava a mínima, nos amigos que sumiram, nos amigos que eram irmãos e se mostravam sempre presentes, pensei na dor e pensei nele, o rapaz misterioso. Seu sorriso...tão malicioso e envolvente,os lábios dele pareciam me convidar para uma dança inimaginável, onde a melodia seria sua voz sussurrando belas palavras em meus ouvidos...lembrei de seus cabelos...iluminados...seu rosto...parecia até um anjo...ao qual tivesse sido tecido em linha de ouro e esculpido com o mais sublime sentimento. Fechei os olhos enquanto lembrava daquela cena...a música que tocava não era mais My own prision, mas Never think (Robert Pattinson), uma música mais doce, suave...com uma melodia de penetrar pensamentos...lembrei de seus olhos...eram os mais misteriosos...pequenos e pareciam esconder um mundo dentro de si. Quando abri os olhos, no canto oposto da parede, lá estava ele sentado...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

7ª pena caída

Para um dia de fim de março,o tempo parecia bastante fresco.Voltei para casa no fim do dia. Já ía fazer um mês desde que mãe viajou e eu continuava a cuidar da casa.Todos pareciam silenciosos ultimamente...Pai trabalhava o dia todo e só chegava depois das 18:00,ele logo tomava banho, lanchava, ficava um pouco pela casa e logo ía durmir, o Miguel acordava tarde, ía para a escola, voltava, estudava...confesso que sua presença era falha, mas desta vez eu agradecia, pois não queria muito diálogo. -Sei que sou um pouco calado,e passo o dia trabalhando, mas saiba que eu te amo muito e voce sempre será minha princesinha...papai, ama muito você. E nao importa o que aconteça, sempre estarei com você...confio em você... - no seu rosto lágrimas nao se conteram, acho que era a primeira vez que ele desabafava depois da viagem de mãe.Chorei tambem, precisava muito daquilo.Depois que conversou comigo, ele falou com meu Miguel e pediu para que ele me ajudasse nos afazeres de casa, até porque eu também tinha que estudar, a faculdade estava de greve,mas logo voltaria ao normal.Precisaria de ajuda,mas eu já via uma luz nisso tudo,as coisas estavam tomando os seus lugares. -Lalá...ajudarei mais - falou com a cabeça mais baixa- Me diga como te ajudar, que ajudarei...desculpa - Miguel falou e me abraçou. Minha família voltava de um poço muito fundo...mas como eu já havia dito,somos fortes.

6ª pena caída

Quando amanheceu, nao o vi mais, mas seu cheiro continuava no quarto...impregnado na minha roupa.Meus olhos estavam inchados, a claridade estava me irritando,mas me sentia mais calma, mais aliviada, uma paz me invadira e eu queria apenas dar uma volta. Arrumei as coisas, como todos os dias, deixei o almoço pronto e sai sem rumo a pensar o que antes poupei fazer... -Quem era ele?O que fazia ali?Como entrou no quarto?Como apareceu de repente na minha frente?Por que se preocupou tanto comigo?Por quê?Por que confiei tanto? .... E para onde ele foi? - pensei nisso tudo e cheguei até a me indagar com a voz meio alta... Andei até o parque aqui proximo e me deitei em um dos bancos. - Oi Laura! - uma voz distante falou, um pouco cansada e ofegante mas reconheci. - Oi Guí...está bem?- perguntei sem a mínima animação, queria ficar sozinha, pensar só...não queria alguém me enchendo a paciência. -Acho que melhor que você, sem querer ofender, mas não estás com a cara muito boa. -Sério? Nao me diga! - só pensei...minha ironia era ótima, mas minha educação ainda falava mais alto em algumas situações.-Não estou bem, mas tudo passa-disse. -Será se voce nao quer ir lanchar comigo?-perguntou sem rodeio. Guilherme,chamado por mim de Guí, era o tipo de garoto que encantava as meninas.Sua altura passava uma proteção a qualquer uma,sua voz trazia segurança,seus cabelos caiam sobre a testa com fios pretos e lisos,seu peitoral fazia com que as mulheres mais velhas o quisessem e o seu rosto era perfeito.O fato dele não me atrair tanto, era que ele era apenas uma capa de revista bonita que chamava a atenção, mas não havia reportagens inteligentes dentro da revista, porém havia fotos de academias de malhação, garotas anoréxicas obedecendo a mídia do corpo perfeito e carros caros. -Não quero lanchar-fui honesta.

5ª pena caída

Eu estava precisando tanto de alguém naquele momento, que a sua presença ali, nao me levou a lhe fazer um questionário de perguntas, mas apenas deixar-me levar. -...Quero ir embora daqui...quero fugir, sei lá!! Quero sumir!! É isso o que eu quero, quero sumir!!! Me sinto cansada...me sinto só. Há amizades que só conseguem enxergar seu próprio umbigo, não respeitam minha dor, meu Luto e ficam me falando de seus probleminhas com garotos fúteis, ao invés de tentarem ver o que carrego ultimamente!!Eu não quero saber disso, eu quero chorar, gritar... você acha que eu quero saber num momento como esse, o porquê de fulaninho não querer cicraninha? Você acha que eu quero um abraço fraco de pêsames e uma frase clichê como "Fica assim nao", "Deus precisa das pessoas boas", "Seja forte, isso irá passar, é só uma questão de tempo", " Talvez seja melhor assim",... eu não quero ouvir coisas assim, eu quero apenas que alguém fique calado e compartilhe comigo este momento doloroso. Já estou há 3 semanas assim, minha mãe ainda está viajando, meu irmão não é muito emocional,mas está se esforçando, e meu pai chora de noite no quarto em silêncio. Me diga, só os pêsames basta nessa hora? - desabafei. Ele sentou do meu lado, encaixou minha mão na dele e me olhando fundo com seus olhos penetrantes, me disse: -Estou aqui agora. Encostamos na parede, fechamos os olhos e ficamos sentindo o vento soprar em nossos rostos. A mão dele me fez sentir em paz, ele poderia me levar para um aprisco que eu não perceberia, pois confiaria de olhos vendados. Sua voz veio como uma melodia aos meus ouvidos. Durmi encostada em seu ombro.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O mês de março foi terrível diante dos nossos corações de Luto, e por eu estar sem minha mãe por perto para poder abraçar, foi terrível.
4ª Pena caída
Certo dia, eu estava no chão do meu quarto com lembranças na mente e chorava ainda de dor , com os olhos encharcados e uma imensa enxaqueca, eu vi uma pessoa parada á minha frente, me olhando nos olhos, agachado junto a mim...na hora não sabia o que falar.Meu quarto estava um pouco escuro, mas seu rosto iluminava tudo e me deixava ofuscada olhar para ele.Sua pele macia e tão meiga, sua cor rosada, como quem fica sem jeito...sua boca vermelha e pequena...seus olhos arregalados de preocupação...seus cabelos com leves cachos caídos com cor de pepita de ouro...era uma miragem, não podia ser verdade.Quando ele me tocou de leve, eu apenas abaixei a cabeça para acompanhar seu gesto. -Nao chore.- ele me disse. Tinha certeza que ele sabia que eu já nem lembrava de dor alguma...que tudo havia passado...que eu já nem sabia de nada e havia perdido a noção do tempo e espaço. Tudo por causa dele.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

3ª pena caída

Mal durmi e o dia já raiou, senti os raios em meu rosto e me senti incomodada. Estava com muito sono, mal durmi... estava estranha. Quando cheguei na sala, minha mãe estava chorando, fiquei espantada:-O que será que havia ocorrido?O que estava acontecendo?- me perguntava em uma fração de minutos. Não precisei perguntar, minha expressão sincera já dizia tudo, ela economizou perguntas e logo disse: -Vou para casa de sua vó hoje mesmo.Ela não está bem.- suas lágrimas já penetraram em minha pele como uma faca me cortando o coração, senti uma dor e uma ponta de desespero. -O que foi desta vez?- perguntei sem querer esperar pelo pior, mas nossa mente não nos permite sermos mais otimistas. - Laura, você vai ter que cuidar da casa sozinha e da nossa família...confio em você.-e as lágrimas se tornaram mais fortes neste momento. Senti que a angústia que eu estava sentindo de noite, era algo envolvendo minha avó. Mas agora não era momento de falar sobre isso, eu tinha que ser forte, ou pelo menos fingir. Minha mãe sempre foi muito batalhadora, e sempre quis o melhor para todos ao seu redor, característica que meu pai sempre apresentou também e acho que isso nossa família tem de forte. Sempre fui muito apegada a meu pai, mais do que com minha mãe, mas as qualidades dela como MÃE me surpreendiam...Como ela era forte!Ao contrário de mim e meu pai, que sempre fomos tão frágeis e crentes em um mundo imaginário escondido na leitura dos livros de ficção. Toda essa notícia de viagem, abalou meu mundo, essa idéia de cuidar de tudo sozinha me levou a esquecer um mundo tão fantasiado e falso, e querer olhar mais para o mundo em que eu vivia, ao qual era mais parecido com um livro trágico, decepcionante e de capa feia.As malas estavam sendo preparadas, ela já havia visto os horários e daqui a pouco já iria embarcar. Senti dor na hora da despedida. Mas, ao contrário da ligação que receberíamos mais tarde, a minha despedida era por um tempo, e nao pelo resto de minha vida...como ocorreu com minha vó. O mês ficou marcado com este acontecimento,era mês de Luto.

2ª pena caída

Já era tarde quando me deitei para dormir. Desliguei a luz, mas o quarto ainda ficava iluminado pela luz da rua que entrava pela fresta da janela. Estava frio. Senti que no quarto havia alguém mais...mas assim como quando eu era criança e ficava imaginando coisas no quarto, imaginei ser o mesmo. Só que eu já tenho 19 anos, certas manias minhas deviam ter acabado.Medo do escuro é normal, mas idealizar monstros no quarto já me fazia sentir como uma idiota. Respirei fundo.Sabia que não era o Fredy Gruger e nem o Jason, até porque o medo que eu tinha deles se esgotou há muito tempo. O que havia no meu quarto era diferente e me trazia uma pertubação incomum, como se me roubasse a paz e pertubasse meu sono...como se quisesse me fazer prender em um daqueles pesadelos que queremos acordar mas nao conseguimos. Senti medo, muito medo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

1ª pena caída

Quando entrei no quarto me deparei com uma pena no chão. Como ela havia ido parar ali? Que ave havia entrado no meu quarto? Fiquei confusa. Quando fiquei em frente ao espelho, havia algo diferente ali...mas eu não sabia explicar. Olhei em volta, mas a nostalgia de mais um dia nesta cidade me deixa sempre entediada, então resolvi não prolongar este assunto. Não importava o que era, eu só queria ler um pouco e escutar uma das minhas músicas favoritas: My own prison ( Minha própria prisão). Ultimamente, tenho me sentido assim. Como se as pessoas e as criações deste século agissem como uma prisão dentro de nós. Aprisionando nossas idéias, sonhos, liberdade de expressão e principalmente, aprisionando o nosso coração, nos tornando assim secos, frios, temperamentais, depressivos, solitários, magoados e incompreendidos. Se sentir assim devia me fazer querer a liberdade, mas ao invés disso eu apenas me acomodava.